Decadência poética

O que aconteceu?
A minha criatividade desapareceu?
Perdi a verve do poeta?
Ou me tornei um asceta?

Ame a vida para poeta ser
Foi o que li no verso ao entardecer
Me perdi no meio do cinza
Parei de sonhar e me tornei ranzinza

A vida a sério levei
De Oscar Wilde me distanciei
Agora somente me resta voltar
A enlouquecer sem me importar

Letras: voltem a popular minha mente
Me afastem deste vazio descrente
Pintem as cores novamente
O mundo precisa de poetas decadentes!

Buddha Village

Prometi para mim mesmo
Que eu vou flanar ao esmo
Do momento presente
Com luz e consciente

Não vou deixar me abater
Pela falta do não ser
Vou transcender
O que significa viver

Há sempre como não viver
Negar, reclamar e se deter
Se precisar largar
Saia sem reclamar

Seja sua autoridade
Viva com vontade
Amor e compaixão
Preenchem seu coração

Burguês da vez

Tenho nojo de você
Burguês da vez!
Enfie seu dinheiro
No meio do seu chiqueiro

Ninguém vale nada
Somente sua patacoada
Seu país de ladrão
Sua visão de escravidão

Seu egoísmo
Sua mentalidade de suíno
Não quero ser como você
Preso em um castelo blasé

Burguês da vez
Tenho nojo de você!
Você não representa nada
Você é pura merda americanizada

Vá

Medo de ser você
Medo do outro te ver
Deixando a frustração tomar
E seus sonhos matar

Mais do mesmo
Profundidade a esmo
Que tal o agora aceitar?
E depois mudar o que há para mudar?

Seja você mesmo
Seja lá qual for o preço
Siga seu coração
Você não precisa de aprovação

Oriente

Paz, cor...
Beleza e felicidade
Zen
Flores de pêssego em sua majestade

Não há porque sair
Não há porque fugir
Está tudo aqui
O que precisamos para evoluir

Desista
Ouça a música
Seja a criança
Além da esperança

Cores sem julgamentos
Viva o momento
Vazio e desperto
Uno com o universo

A mente que se fecha

Um copo de água com uma tempestade
Medo de encarar a verdade
Esquecendo-se de se amar
E sua alma escutar

Onde foi parar o zen
Perdeu o lugar para o desdém?
Tudo vai desmoronar
Cedo ou mais tarde desabar

Seja como a natureza
Aceite a beleza
Viva cada estação
Aceitando a imensidão

Desafie o tempo
Junte-se ao eterno momento
Que somente está presente no agora
E nunca vem ou vai embora

Reclamação

Me tire daqui
Que coisa infeliz
Quero sumir
Abstrair...

Algo novo
Auspicioso
Nada de chateação
Mudança em ação

Difícil esperar
A insatisfação a matar
Aonde foi parar
A estrela solar?

Socos no ar
Sol a brilhar
Hora de aguardar
Acredite: vai chegar!

Defenestrar-se no Universo

Sem musica não há comoção
Não há imensidão
O amor revela o coração
Da nota musical em profusão

Quero ser o coro
O alaúde do mouro
A guitarra a vibrar
O público a extasiar

Suspenso no ar
Viagem além mar
Estrangeiros a se encontrar
E olhares trocar

Não quero aqui estar
Quero eternizar
Surgir e me defenestrar
No universo flutuar

Como o mar

Preciso mudar
E quando chegar
Mover sem hesitar

Os outros não culpar
Eu mesmo modificar
O que devo descartar

O momento aceitar
Negatividade não criar
Fluir como o mar

Soltar
Respirar
Sonhar

Sem aparas‏

Poesia e meditação
Tentando a contemplação
Esquecendo a confusão
Buscando a imensidão

A mente clara
Sem aparas
Além do pensar
Aquém do mar

Seja pura luz
Nada mais me seduz
Para fora do caminho
Nas letras do pergaminho

Yoga e natureza
Respiração e beleza
Calma e presença
Além da crença

Energia solar

Não adianta se preocupar
Vão lhe julgar
Te criticar
E te contrariar

Seja você mesmo
Sem pestanejar
Fale o que quiser falar
Vá aonde gostar

Confie na sua autoestima
Saia da rotina
Seja um rock star
Cuspa na cara do czar!

Não é necessária a aprovação
De quem nunca tem satisfação
Viva a fluir
E o medo vai se esvair

Sem medo
Com ou sem despeito
O universo a te apoiar
Tao brilhante quanto a energia solar

Saudades daquele tempo‏

Sozinho às vezes me sinto
No meio deste recinto
Nesta cidade fria e perfeita
Com esta gente "tão" satisfeita

Saudades de um tempo louco
Onde vivíamos entre amigos e sufocos
A vida juntos partilhando
Aquele fogo no olhar cintilando

Daí tudo passa
A vida fica meio sem graça
Os dias parecem iguais
Recheados de coisas banais

Mas nada vai ser como antes
Nos resta seguir adiante
Inventar novos momentos
E ficar juntos em coração e pensamentos

Loucura estelar

David Bowie quero ser
Ziggy Stardust conhecer
Pura criatividade me tornar
Sem medo de errar

Tudo para meu bel prazer
Nem aí para o que vão dizer
Ser minha própria invenção
Abraçar a imensidão

Liberdade e iluminação
Não há porque esta repressão
Relaxe no momento
Siga seu coração sem preconceito

Tentando me equilibrar
Cheguei ao limiar
Apreciei o luar
E me tornei mais claro que um raio solar

Verão‏

Alegria
Sol, energia!
O verão faz sua pele bronzear
E seus hormônios aflorar

Onde foi parar o frio?
Até esqueci daquele gelado arrepio
Fui morar com o deus Rá!
Nas portas do calor de Já!

Nem sei o que estou falando
Vou sair andando
Deixar a pele queimar
E o momento eternizar

Estar aqui

Não seja moralista
Seja realista
Sentimos coisas parecidas
Somente mudamos o ponto de vista

Há tanto para se ver
A vida somente agora pode ser
Cada momento é diferente
Não perca o presente

Um se tornar
A música escutar
Não mais negar
Estar aqui e aproveitar

Veneno‏

Eles não têm coração
Usam todos para sua disposição
Não caia neste jogo
Liberte-se deste veneno pegajoso

Não os deixe controlar seu comportamento
Não espere nada do humano descontentamento
Eles tentam não sofrer
Mas continuam a se perder

Melhor ser como a flor
Que cresce com amor
Aproveita do sol e do calor
E desconsidera se o ambiente tem dor

Seja consciente
Siga em frente
Faça o que você quer fazer
Você é do dono do seu querer

Fazer... Por quê?

Nada a fazer
Mas fazer por quê?
Que tal relaxar
E ficar de pernas pro ar?

É como se fosse um crime parar
Em um mundo que parece não respirar
Barulhos por toda parte
Uma vida sem arte

Deixe o fluxo te levar
Para o agora experimentar
Do passado se esquecer
O futuro não temer

Uma canção ouvir
Na natureza emergir
O coração escutar
Ser você mesmo sem hesitar

Energia

Disposição total
Energia alto-astral
Aproveite o momento
Corra e pule sem arrependimento

E daí que vão falar?
O povo fala sem pensar
Opinião todo mundo tem
Ignore o desdém

Escute a canção
Se abra para a imensidão
Viva o que quiser viver
Não temos tempo a perder

Cobrança

Para que tanto se criticar?
Ao extremo se cobrar?
Medo do futuro chegar
Quando o agora a chave a tudo nos dá

Medo de não conseguir
Medo de ficar aqui
O medo é um poço sem fundo
Liberte-se deste mundo

Esteja em contato consigo
Descubra o seu abrigo
Respire mas não se reprima
Pare a roda insana da vida

Antes da aurora

A criatividade voltou
E o pássaro cantou
O livro foi escrito
E desafiou o que antes foi dito

O que importa o que vão pensar?
Viva sua vida sem se explicar
A vida é curta e fugaz
Faça o que lhe apraz

Quero um beijo
Me permitir um desleixo
Dançar sem parar
Largar tudo e por aí viajar

Agora!
Vamos embora?
Vamos fazer isto antes da aurora!

Imensidão‏

Felicidade no momento presente
No futuro ou passado sempre está ausente
Queria em mais de um lugar estar
E nunca por saudades passar

A paz de uma respiração
Um pouco de yoga em contemplação
O sorriso de um amigo na contramão
Daquele sentimento de solidão

Onde foi parar a existência?
A crença ou descrença
Tudo não passa de ilusão
Somos unos com a imensidão

Alma do mundo

Sou um peixe em aguas turvas
Fluindo com as curvas
Sou um beija-flor em pleno bater de asas
E beijo as flores sem farsas

Sou este cacto que cresce no deserto
Sem precisar da ajuda dos espertos
Sou o som desta musica angélica
Que permeia esta sala estratosférica

Sou o céu azul neste dia ameno
Que se mistura com o sol faceiro
Sou eu, sou você, sou tudo
Sou o universo e a alma do mundo

Natureza = Agora

Pássaros na janela cantando
O sol raiando
Um novo dia se levantando

A paz em forma de música invade
Esquecem-se o tempo, a vaidade
E a loucura da cidade...

Fica tudo iluminado
Como um lilás perfumado
E um gato rajado

A natureza e sua aurora
Nos ensina a viver o agora
E faz o que não importa ir embora

Corra aproveitar

Para que todo este medo?
Você sabe que tudo sempre acaba mesmo
Pode sentir e depois fugir
Não há nada que te segure aqui ou ali

Arrastam-se os dias
E você segue na velha utopia
De acreditar que tudo vai perfeito estar
Que o sol sempre vai brilhar

Sim, há dias cinzas
Há despedidas e gente ranzinza...
A realidade negar
É como tentar em um poço nadar

O tempo continua a voar
Esqueça o passado e corra aproveitar
Tudo passa, tudo vai passar!