quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Eu quero Ser


Eu não quero ser a noite, eu quero ser as estrelas
Eu não quero ser o amigo, eu quero ser a amizade
Eu não quero ser a música, eu quero ser o som que atrás da música transcende
Eu não quero ser o dono da verdade, eu quero somente ser a minha verdade
Eu não quero ser a voz, eu quero ser o timbre que emociona
Eu não quero ser a orquestra, eu quero ser a harmonia
Eu não quero ser o fogo, eu quero ser a luz
Eu não quero ser a ave, eu quero ser a pena solta que paira no ar
Eu não quero ser a lágrima, eu quero ser a emoção que renova
Eu não quero tocar você com meus dedos, eu quero entrar em sua alma
Eu não quero o hoje, eu quero o agora
Eu quero viver para sempre.

Caio Paquez Lucon


Eu sou a poesia



Eu sou a poesia e não adianta você me criticar
Dizer que isto é sensível demais ou ilusório
Eu não tenho mais medo de me expressar
Eu posso sentir, eu me libertei
Eu posso ser incomum.




Caio Paquez Lucon

Floresta


E eu cheguei. A floresta de meus sonhos estava bem diante de meus olhos.
Árvores altas ostentando a beleza divina que somente a natureza pode nos proporcionar. Uma cantoria de pássaros que parecia uma sinfonia, ouviam-se também grilos e cigarras enchendo o ambiente com seu cricrilar misterioso. Como tudo aquilo era novo, senti um pouco de medo, porém adentrei na floresta, por que afinal nunca podemos deixar de seguir em frente.
Ando um pouco mais e depois que passo uma árvore repleta de flores rosas, encontro um caminho. Até então pensava que a floresta era inabitada, imaculada, porém, o caminho indicava que poderia haver mais alguém lá. Sigo o caminho e no fim encontro uma casa simples, feita de sapê e barro. Apesar da simplicidade, ela era moldada de uma maneira bela. Já que havia chegado até lá, respiro fundo e grito “Oi, tem alguém aí?”. A porta se entreabre e dela vejo sair uma senhora simpática e um cachorro vem em minha direção, ele pula em minhas pernas e pede um carinho. Correspondo ao afeto do pequeno animal e a senhora me diz: “Que bom que chegou até aqui, já esperava por você”. Apesar do estranhamento diante da pergunta da senhora, uma paz toma meu coração e eu entro em sua casa.
Ela amavelmente me oferece chá e biscoitos, esta refeição simples me dá um enorme prazer, os biscoitos estavam deliciosos. Eu pergunto “a senhora me disse que esperava por mim, por quê?” Ela me responde “eu sempre espero por pessoas boas, sempre estou aberta para o bem, e assim o bem me acontece”. Estas palavras encheram meus olhos de lágrimas. Fiquei pensando quantas vezes nos sentimos sós, nos isolamos, e por nossa própria culpa não deixamos o bem entrar.
Despeço-me da velha senhora e olho para trás para ver sua imagem inspiradora por mais uma vez. Ela me olha e seu cachorro abana o rabo feliz.
Depois deste olhar encontrei o significado da vida.
Caio Paquez Lucon