terça-feira, 25 de março de 2008

Sou cada sensação


Do zen à inquietação angustiante
Da pura animação a um triste e calado semblante
Da certeza à dúvida conflitante
Da pura educação à deselegância
Da humildade à arrogância
Passo de um extremo ao outro e aproveito cada estância !

Sinto em cada instante uma pulsante excitação
Vou do hedonismo à religiosa contemplação
Me jogo de cabeça em cada paixão
E não busco a alheia compreensão

Do total contentamento à pura insatisfação
Da segurança madura à cortante indecisão
Do medo da derrota à certeza do campeão
Quero sentir sempre o êxtase de cada sensação

Que eu seja superficial, profundo e extremado
Gostem ou não sou assim: apaixonado
Afinal eu e todos os poetas conhecemos aquele ditado
A sorte está ao lado do ousado


Caio Paquez Lucon

segunda-feira, 24 de março de 2008

Volte a ser você


Apesar de o tempo rápido passar
Ás vezes é difícil esperar
A angústia e ansiedade insistem em te pegar

No fundo você não quer se importar
Mas nunca foi remédio eficaz as coisas ignorar
Viva o momento sem antecipar e tudo vai se transformar

Os outros nunca vão do seu sonho compartilhar
Na verdade a maioria das pessoas mal com você vai se importar
Não aumente a força do descaso e se deixe afundar no pesar

Tudo hoje começou bem e vai acabar em esplendor
Encontrei o desejo e ele me casou prazeroso estupor
E agora de pouco se confirmou a sorte do ousado com o beija-flor
Caio Paquez Lucon

quinta-feira, 20 de março de 2008

Te Ver


Eu faço minha sorte
Gosto de ter a paixão como minha consorte
Eu procurei cada momento te encontrar
Agora é você que tem prazer em comigo estar

Às vezes é difícil expectativas não criar
Mas vou com calma para cada momento degustar
A paixão precisa primeiro de olhares para trocar
Mistério e charme para depois a explosão nos tomar

Se você procura tanto por mim quanto eu a você?
Ainda isto posso não saber
Mas ver sua face faz o dia anoitecer
E tocar seu corpo faz a noite amanhecer
Caio Paquez Lucon

segunda-feira, 17 de março de 2008



Você diz algumas palavras que me fazem certas coisas imaginar
Não gosto de me iludir ou certas coisas esperar
Mas é tão estranho certas conversas suas escutar
Que começo a duvidar

É excitante esta dúvida permanecer
Mas o desejo me faz às vezes enlouquecer
Queria ter certeza ou te perguntar pra valer
Isto vai continuar ou você vai pagar pra ver?

Comigo você vai ter o que já quase chegou a esquecer
A explosão dos desejos e noites de prazer
Ah, pague logo pra ver
Vamos parar com este jogo e estes corpos estremecer
Caio Paquez Lucon

quinta-feira, 13 de março de 2008

Eu posso ser


Eu posso ser a lágrima que renova o coração
Eu posso ser a árvore que se curva em benção
Eu posso ser o vento que transporta a exatidão
Eu posso ser a flor que desabrocha em compreensão
Eu posso ser o som que nos completa de emoção

Eu posso ser a gota de chuva que faz a folha renovar
Eu posso ser o pássaro que canta com o sol a raiar
Eu posso ser a criança que dança ao luar
Eu posso ser a ave que desliza no ar
Eu posso ser a luz que chega a enfeitiçar
Eu posso ser a cor que se faz transmutar

Eu posso escutar meu anjo soprar maravilhas ao meu ouvido
Eu posso ser a amizade que dá a vida sentido
Eu posso ser a própria devoção
Finalmente eu toco Deus com minha própria mão

Caio Paquez Lucon

terça-feira, 11 de março de 2008

Fatos


Tenho pesadelos angustiantes
Acordo e vejo pássaros brilhantes
Caminho e vejo um amor perdido
O mal estar me deixa desiludido

Eu não espero por mais nada
Tenho vontade de explodir esta fachada
Não é questão de fuga
É questão de não cair em loucura

Pouco me importa esta classe preestabelecida
Parto e deixo um adeus cínico de despedida
Deixo que meus sentimentos me façam mal
É melhor do que ter medo ou ignorar algo natural

Eu não espero por mais nada
Tenho vontade de explodir esta fachada
Não é questão de fuga
É questão de não cair em loucura

Não tenho mais medo de sentir
Por pior que seja sempre volto a sorrir
A angústia agora não passa de uma palavra
Estou de volta em minha estrada
Caio Paquez Lucon

sexta-feira, 7 de março de 2008

Esgotado



Cansado deste lugar endeusado
Cansado deste bar esfumaçado
Enjoado destas pessoas sem cor
Deprimido e entristrecido com o amor


Irritado por ter que obedecer
Uma gente falsa de doer
Cansado de muitas vezes ter que jogar
E não poder as portas escancarar


Chateado consigo mesmo e entediado
Por ainda ouvir um mundo mágico
Totalmente descontente
Por ter que esperar para dar um chute neste momento decadente


Agora que cansei de tudo posso me renovar
O camaleão começa de cor em cor a mudar
Chegou o momento da anistia
Vou inverter toda esta poesia



Caio Paquez Lucon

quarta-feira, 5 de março de 2008

A vida é lá fora

Toda esta modernidade
TV, computadores e muita facilidade
Tem seu valor e me divertem
Mas ainda minha alma não enaltecem

Acordei e fui correr para a aurora
Qual foi minha surpresa
Quando me deparei com a mais bela rosa

Não tenho necessidade de grandes acontecimentos
Quero viver a simplicidade dos momentos
A vida de verdade não está em jornais, revistas ou televisão
A vida de verdade está presente na imensidão
Nos momentos em que eu posso viver com todo meu coração
Caio Paquez Lucon